domingo, fevereiro 15, 2004

Encontro

Está uma noite gelada de Inverno,
Escura como breu e na loucura
Caminho sozinho por esta via láctea
Deserta de calor humano, que se chama rua
À procura de algo que nem eu próprio sei.
Volto a olhar para o céu e vejo a lua
Estendo-lhe os braços implorando por ajuda
Peço que me ilumine a vereda.
Sigo em frente, corto as gotículas de água
Em suspensão no ar,
Avisto um pequeno foco de luz,
É um verosímil corpo feminino
Com vestes brancas, finas de seda,
Tem um olhar brilhante, a tez pálida,
Esboça um sorriso singular, cheio de vida.
Entendo isto como um sinal e avanço,
Hipnotizado pelo seu delicioso olhar
Que a cada passo está mais remoto,
Até totalmente se eclipsar.
O frio entranha-se-me nos ossos,
E caminho novamente, na companhia da lua,
Agora em busca daquele olhar que me vidrou.

JR

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