segunda-feira, fevereiro 02, 2004

O último adeus

Está tudo a ficar turvo, sinto-me a desvanecer
Virado com a cara para o chão vejo tudo ensanguentado
Ainda à pouco tempo sentia dor mas agora já não
Sinto o bater do meu coração a fraquejar segundo a segundo
Cada vez mais lento...
Até que, no último momento de consciência, penso em ti
Sim em ti... tu que me ignoraste, espezinhaste e por fim me mataste
Pensei no momento em que te conheci, no momento que te amei e no momento que te perdi.
E foi então, que não sei como, vi o teu rosto à minha frente, como se de um anjo tratasse
E com as poucas forças que me restava chorei.
Chorei não pelo que se passou entre nós, mas por tu não estares aqui para me despedir,
De te querer dizer um último adeus.
Mas não estás, ninguém está, e então como na vida e agora na morte fico sozinho,
Deitado num chão frio e ensanguentado com a alma despedaçada a esperar pela morte.

MC

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