domingo, janeiro 25, 2004

Sem Gota

Estou na reserva... A luzinha irritante da gasolina ja está acesa, preciso de parar para me reabastecer...

Ando ao sabor do vento, sem rumo, sem objectivo, tou cansado não sinto o corpo, não sinto nada em mim, e pior de tudo, não te sinto...
Faço planos na minha cabeça na esperança de me sentir mais util, mais activo, mas, no final destes dias que passam so resta isto, este projecto estagnado a que chamo eu.
Saio, vejo gente, tento absorver dos amigos aquilo que me faz falta, o combustivel para andar mais um pouco, o necessário até á proxima estação de serviço.

Ainda me lembro quando era miúdo e em dias de chuva, dias que eu adoro, parava junto da janela e observava as gotas descerem pelo vidro... Era capaz de passar horas naquilo, fazia apostas ficticias, em corridas imaginárias, na mais rápida gota de água a descer o vidro... Bons tempos em que conseguia tal feito de abstracção.
Longe de mim pensar sequer que leis da fisica exlicavam aquele ritual, loge de mim pensar que em cada goticula não existia um pequeno piloto que a conduzia vidro abaixo, nunca tinha ouvido falar na gravidade, a grande organizadora daqueles grandes prémios.... a mesma que hoje me impede de decolar rumo ao infinito, pelo menos no que diz respeito ao corpo, porque cá dentro já não mora ninguém, parti há uns tempos e apenas dexei na porta um bilhete: "Fui tomar café....a Marte..."

Acho que nem mesmo eu sei bem porquê tanta apatia, tanto desanimo, talvez porque me deixaste ao esquecimento, talvez porque há alturas em que realmente seja preciso parar, ou pior, porque no fundo não passo de um fraco que não te consegui dizer a tempo que te amo, e que deste uma nova conotação a tal palavra que jazia esquecida no meu dicionário....
Quem me dera um pouco mais de combustivel para fazer mais uns kilometros e te poder dizer isso pessoalmente.

Estou na reserva... A luzinha irritante da gasolina ja está acesa, preciso de parar para me reabastecer...


B R

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