quarta-feira, março 10, 2004

Raio de sol

Espreito por entre o murmúrio ensurdecedor,
Tento ver para lá do véu…
Agitação de vozes perdidas e
Diálogos cruzados de assuntos diferentes,
Flutuam a deriva na densa neblina
Do afónico caos…
Está quente aqui, abafado
Não consigo respirar…
Tremem-me as mãos.
Ambiente pesado, confuso,
Calem-se por favor…
Sinto a cabeça latejar,
Não sei se pelo meu estado febril,
Ou pelo esforço que faço em aqui ficar a enlouquecer.
Penso em ti por entre os escassos espaços
De silencio e calma.
Calem-se por favor…
Pela janela reparo
No raio de sol que perfura as nuvens,
Parece chamar por mim…
Cá fora o ar dissolve-se
Está mais fresco, estou mais calmo,
Por cima do ombro vejo os demónios
Que se misturam nas trevas daquele lugar…
Já te vejo, a tua imagem na minha cabeça
Recupera a sua nitidez natural…
Fecho os olhos e já vejo o teu sorriso,
Quase te consigo tocar…
Pequena lágrima insiste em deslizar
Pela colina do meu desejo,
Ter-te aqui agora…

(fuga a uma aula que teimava em não acabar…)

B R

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