Peça de Barro
Os dias sobrepõem-se penosamente
Em camadas de entulho humano.
Despojos do meu ser que se me apartam e petrificam…
Reparo no sujeito do vidro,
Uma sombra do que já foi.
O tempo que passou sem se ver,
Dia após dia, noite após noite.
Sonho após sonho…
Olho-me com desprezo, questiono-me:
Quem sou?
Quem é este personagem em que vivo?
Que é este vil ser que me tornei?
Não me reconheço…
Moldaste-me como barro,
Recriaste-me numa peça à tua imagem,
E eu parvo e cego, nem reparei,
Pouco importava desde que tu o quisesses assim.
Agora vejo que de nada valeu,
Agora vejo na escuridão sem fim,
O vazio, o nada, e tudo mais que se perdeu…
Esta peça que criaste está agora abandonada,
Esquecida na prateleira dos teus “projectos falhados”
Bem perto do “não tive coragem, não arrisquei”.
Os dias sobrepõem-se penosamente
Em camadas de entulho humano...
Adeus artesã,
Adeus meu um dia Anjo com nome de flor.
BR
Em camadas de entulho humano.
Despojos do meu ser que se me apartam e petrificam…
Reparo no sujeito do vidro,
Uma sombra do que já foi.
O tempo que passou sem se ver,
Dia após dia, noite após noite.
Sonho após sonho…
Olho-me com desprezo, questiono-me:
Quem sou?
Quem é este personagem em que vivo?
Que é este vil ser que me tornei?
Não me reconheço…
Moldaste-me como barro,
Recriaste-me numa peça à tua imagem,
E eu parvo e cego, nem reparei,
Pouco importava desde que tu o quisesses assim.
Agora vejo que de nada valeu,
Agora vejo na escuridão sem fim,
O vazio, o nada, e tudo mais que se perdeu…
Esta peça que criaste está agora abandonada,
Esquecida na prateleira dos teus “projectos falhados”
Bem perto do “não tive coragem, não arrisquei”.
Os dias sobrepõem-se penosamente
Em camadas de entulho humano...
Adeus artesã,
Adeus meu um dia Anjo com nome de flor.
BR
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