terça-feira, abril 13, 2004

Insonia

Densa nuvem negra paira sobre mim.
Não sei como nem porquê,
Mas algo não está bem…
Tremem-me as mãos, custa-me respirar.
Agito a cabeça mas não sacudo a inquietação.
Que se passa? Porque não dás noticias?
A ansiedade toma conta de mim,
Foram muitas as horas de espera,
Muitos os momentos de saudade,
E agora tão perto, não me consigo controlar.
Eu não sou assim, que se passa comigo?
Que falta de domínio é esta que me assombra?
Insónia, desespero, angustia…
As pálpebras cansadas cedem à incontornável gravidade,
Mas o meu cérebro continua activo, acordado,
Dispara pensamentos ritmados
Pelo bombear do meu coração.
Rápido, mais rápido, veloz
é assustador…
As imagens desfazem-se,
Estou no meio de um turbilhão,
As parede movem-se rapidamente,
Tudo me circunda, tudo gira,
Rápido, mais rápido, veloz…
Estou tonto, não sinto o chão,
Vou cair…
Não! Não! Não!

Grito forte e espanto o silêncio.
Aos poucos o carrossel pára,
O ritmo decresce em batidas cansadas
Que me estremecem o corpo.
A cabeça ainda lateja mas sossega…
Retorno a calma lentamente,
Olho-te uma vez vais mais,
Sorriu, invoco-te,
saboreio-te num último suspiro,
numa ultima lágrima.
Fecho os olhos e cedo por fim.

BR

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