quarta-feira, março 17, 2004

Sem nele viver

Sigo por ruas estreitas, sombrias,
Tudo parece igual a ontem
E mesmo assim não sei voltar…
Caminho só,
Palmilho a cidade sem rumo,
Sem pressa, sem vontade.

Vivo num mundo sem nele viver,
Á cabeça levo uma bilha cheia,
Cheia de sentimento puro
Do amor que me transborda.
Atravesso a multidão que dança, canta,
Celebram o arraial da vida,
Das suas vidas…
Não deixo que uma única gota transborde
A medo de te perder para sempre.
No final olho para trás,
E nada consigo descrever.
Como um cego
Atravessei a multidão que festejava
sem nela perceber...

Vivo num mundo sem nele viver…

Mesmo assim continuo,
Antes nada ver que te perder.
Rumo às cegas,
Gasto o tempo,
Alimento de lembranças
Rude amor que me devora.
Inverno que não passa,
Dor que não se acalma.
Arrasto-me moribundo pelas vielas da minha alma.

(inspirado em algo que li)


BR

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