terça-feira, março 23, 2004

Do nada

Chegaste sem eu dar por isso,
Por entre a confusão dos dias
Ocupaste um lugar sem dono.
De mansinho, aos poucos
Tomaste conta do espaço vazio
Que encerrado guardava
E a ninguém permitia lá chegar.
E tudo mudou,
Do nada surgiu algo,
Do algo surgiu aquilo,
E daquilo surgiu isto…
Estranho vicio que não me sai do corpo,
Insaciável desejo de te ter…
Hoje fazes parte de mim,
E por mais que quisesse,
E se o quisesse, não conseguiria,
Tirar-te, amputar-te da minha vida.
É inútil, vieste para ficar.
Eu quero que fiques.
Respiro-te o mesmo oxigénio,
Banho-me na tua luz,
Quero dividir contigo o universo,
O mundo, o meu mundo, o nosso mundo…
Quero ouvir-te dize-lo uma vez mais…
E outra, e outra, e outra
tantas vezes mais…
Sim tu sabes o quê, não revelo, tu sabes,
Tu sabes…

BR

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