sábado, fevereiro 04, 2006

Cansado



Chego ao fim de mais uma noite,
Cansado, quase morto, faz parte…
Recolho o último copo
Como se recolhesse a minha própria alma
Agora neste preciso momento,
Cheia de nada, de tudo quanto a não enche
Oca, como cada copo com restos de tudo.
Brilho que se perde quando as luzes se apagam,
Quando as estrelas no céu não brilham
Como que lâmpada que funde depois de tanto usar…
Rotina e mais rotina,
Tira-me a vontade de querer mais, de precisar de mais
De viver para mais,
Estou cansado, estou quase morto, faz parte.
Empresto-me a mim mesmo mais um pouco de coragem,
Aumento a uma divida que já vai alta
Mas tem de ser,
Cada um paga os seus pecados,
Eu pago os meus.
Preciso de fechar os olhos
Dizer que te amo,
Esperar que isso chegue para continuar
Para ganhar o alento que me escorre
Por entre as mãos cansadas, envelhecidas,
De tanto o mesmo fazer,
Queimo um último cigarro
Devagar…
Estou cansado, estou quase morto, faz parte.
Mas a vida e isto, ou terá de ser isto
Se não dá par mais, culpa minha, de quem mais?

Até o inferno se torna agradável
Assim que nos habituamos a ele…

2 ComentÁRIOS:

Anonymous Anónimo said...

A teoria está de novo a ser posta em prática e ainda bem que assim é! este inferno às vezes até que é agradável, força nisso. Abraço

6:47 da tarde  
Blogger musalia said...

obrigada pela visita ao meu espaço. é a primeira vez que entro na tua (vossa) casa. percebo que estiveste ausente, às vezes é necessário afastarmo-nos.
bom regresso e...faz um esforço para manteres alguma rebeldia ;)
um beijo, voltarei.
(vou prender-te com um link)

8:39 da manhã  

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