terça-feira, fevereiro 28, 2006

Silencio


A magia perde-se a cada segundo
Cada momento a mais
Arrasta o que já foi
Para o que nunca mais será…
O silencio que me atrapalha
Quando a dois não sei o que falar
É agora apenas o que preciso
Para me encontrar, tentar voltar.
Preciso da solidão
Do recanto escondido, a sós,
Minha alma exposta a si mesma
Nada mais, apenas eu,
Quero estar só, reflectir
Afastar os demónios antigos
Lembranças passadas de más escolhas
Que irremediavelmente
Antecipam maus futuros.
Quero ficar aqui,
Embalado por este ritmo lento,
Melodia muda,
Quero ouvir
O cântico do meu silencio.


segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Destino

O que é preciso para ser grande?
Para ser melhor? Para ser o quero ser?
Sinto raiva a pulsar-me no corpo
O ódio que me sinto
Por esta apatia,
Por esta estupidez que não entendo…
Será o meu destino?
Ser um inútil ou quase?
Se for que venha ele
E dele não vou fugir
Para quê?

Servo -…senhor esta manha no mercado senti um toque nas costas por entre a multidão, quando me voltei era a Morte, ela fez-me um gesto ameaçador, tive medo e fugi…
Senhor por favor empresta-me um cavalo para fugir ate Bagorah, a próxima cidade, e por lá passe a noite a fim de evita-la, à senhora do ultimo beijo.

Amo – Assim seja, leva o cavalo, volta amanha.

Amo - Então tu Morte assustaste o meu servo esta manha no mercado, ele contou-me que lhe fizeste um gesto ameaçador!

MORTE
– Ameaçador?! Não! De surpresa!

Amo
– De surpresa?! Então porquê?

MORTE – Porque não esperava ver o teu servo esta manha no mercado, pois tenho um encontro marcado com ele esta noite em Bagorah…”

Será que a vida é o que faço dela
Ou o que ela faz de mim?

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

Futuro

Paro e observo o passado
O meu passado
Tantas alegrias, tantas tristezas,
Sou feliz? Talvez…
Sou feliz!
O meu presente
Um instante ténue
Entre uma inspiração
E a expiração seguinte
O saldo entre vitórias e derrotas
Sucessos e insucessos,
Estou com saldo negativo
Estou farto de perseguir sonhos
Objectivos que insisto em falhar
Um depois do outro,
Um dia acordarei já no futuro
Que então será presente
E desta forma
Será apenas um igual a este.
O meu passado no meu futuro
Não chego a lado nenhum.
Frustração...
Sentimento que me absorve
Que me cansa, me impede,
Me força a parar,
Me impele para o meu passado, futuro,
Me prende lá, me mata todos os dias
Um pouco mais.
Estou farto de não conseguir,
O que é pior? O Hábito!
Falhar dói menos
Quando se torna isso mesmo
Um hábito.
Um dia acordarei já no futuro,
Que então será presente
Igual ao passado que agora é.

sábado, fevereiro 04, 2006

Cansado



Chego ao fim de mais uma noite,
Cansado, quase morto, faz parte…
Recolho o último copo
Como se recolhesse a minha própria alma
Agora neste preciso momento,
Cheia de nada, de tudo quanto a não enche
Oca, como cada copo com restos de tudo.
Brilho que se perde quando as luzes se apagam,
Quando as estrelas no céu não brilham
Como que lâmpada que funde depois de tanto usar…
Rotina e mais rotina,
Tira-me a vontade de querer mais, de precisar de mais
De viver para mais,
Estou cansado, estou quase morto, faz parte.
Empresto-me a mim mesmo mais um pouco de coragem,
Aumento a uma divida que já vai alta
Mas tem de ser,
Cada um paga os seus pecados,
Eu pago os meus.
Preciso de fechar os olhos
Dizer que te amo,
Esperar que isso chegue para continuar
Para ganhar o alento que me escorre
Por entre as mãos cansadas, envelhecidas,
De tanto o mesmo fazer,
Queimo um último cigarro
Devagar…
Estou cansado, estou quase morto, faz parte.
Mas a vida e isto, ou terá de ser isto
Se não dá par mais, culpa minha, de quem mais?

Até o inferno se torna agradável
Assim que nos habituamos a ele…

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

Retratos


Pinto retratos no céu,
desenhando traços teus...
Junto estrelas e rosas
e formo áureas
e luas formosas...
Rasgo cores
e cozo amores...
Planto jardins
de eterno amor...
Queria poder esquecer-te
e de ti não depender,
Mas amo-te de tal forma,
que sem ti não dá para viver...

in Syncope/2004

Agora finalmente em casa!!